sexta-feira, 1 de junho de 2012

Brasil cai duas posições em ranking global de competitividade


País caiu de 44o para 46o, ficando atrás de Filipinas, Peru e Hungria; desempenho brasileiro foi prejudicado pelo crescimento frágil do PIB, pressões inflacionárias e competitividade nacional

A escola de negócios suíça IMD divulgou nesta quarta-feira (31) o Ranking Anual de Competitividade (World Competitiveness Yearbook - WCY), que compara as estratégias de gestão econômica e de recursos humanos adotadas pelos países como ferramentas de crescimento e prosperidade. O Brasil, que aparecia em 44o na edição de 2011, caiu para 46o no ranking atual. Desde 2010 o país perde posições no ranking, quando ocupava o 38o lugar.
Na ponta, as economias mais competitivas - de acordo com os critérios analisados pelo IMD - são, respectivamente, Hong Kong, Estados Unidos e Suíça. Os norte-americanos permanecem como o centro da competitividade mundial por conta do poder econômico, dinamismo dos empreendimentos e capacidade de inovação, ponderou o IMD.

"A competitividade dos Estados Unidos teve um impacto profundo em todo o mundo por conta da sua interação única com todas as economias, sejam elas avançadas ou emergentes. Nenhuma outra nação exerce uma influência semelhante", afirma Stephane Garelli, diretor do Centro de Competitividade do IMD. "A Europa é uma economia sobrecarregada de austeridade, é fragmentada em termos de lideranças políticas e dificilmente poderia substituir [os Estados Unidos], enquanto o bloco de mercados emergentes do Sul ainda estão progredindo", completou.

Ranking

PaísPosição 2012Posição 2011Movimento
Hong Kong 1 
1 
0 
Estados Unidos 
2 
1 
-1
Suíça 3 
5 
2
Cingapura 
4 
3 
-1
Suécia 
54 
-1
Canadá 
67 
1
Taiwan 
76 
-1
Noruega  813 
5
Alemanha 
910 
1
Qatar108  -2
(Fonte: Fundação Dom Cabral)

Desempenho dos BRICs

Além do Brasil, a China e a Índia também perderam posições no ranking, entre as economias emergentes: o primeiro caiu de 19o para 23o, enquanto o segundo estava em 32o em 2011 e escorregou para 35o. Já a Rússia subiu para da 49a para a 48a colocação.

O decréscimo do Brasil no ranking vem ocorrendo desde 2010, quando o País ocupava o 38º lugar. No ano seguinte caiu para a 44ª posição e, em 2012, desceu à 46ª colocação. Segundo Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados da pesquisa relacionados ao Brasil, a perda de oito posições nos últimos três anos tem explicação.

O Brasil no World Competitiveness Yearbook 2012 


2010 2011 
2012 
Performance Econômica373047
Economia Doméstica 
191025
Comércio internacional575756
Investimento internacional 
421930
Emprego 
16116
Preços 
395155
Eficiência do Governo 
525555
Finanças públicas 
293041
Política Fiscal 
373937
Marco Regulatório 
545855
Legislação dos negócios 
555555
Estrutura social 
355153
Eficiência dos Negócios 
242927
Produtividade e Eficiência 
285252
Mercado de Trabalho 
33917
Finanças 
242728
Práticas Gerenciais 
222820
Atitudes e Valores 
161915
Infraestrutura 
495145
Básica 
485550
Tecnológica 
535354
Científica 
363633
Saúde e Meio Ambiente 
404035
Educação 
535354
(Fonte: Fundação Dom Cabral) 


"Apesar dos pontos extremamente fortes da economia brasileira, como o dinamismo econômico e a força do mercado consumidor, fatores como o frágil crescimento econômico do produto interno, a baixa produtividade de suas indústrias e as pressões inflacionárias acabaram por combalir, nos últimos anos, a competitividade nacional", aponta o especialista.

Por outro lado, o Brasil apresentou significativos avanços no Emprego (ganho de cinco posições, ocupando o 6º lugar no ranking) e na infraestrutura (ganho de seis posições, no 45º lugar no ranking). A Eficiência dos Negócios continua sendo o pilar de maior força e estabilidade competitiva do Brasil, ocupando o 27º lugar (ganho de duas posições). "Isso sinaliza para a força das práticas de gestão no país, as quais representaram um avanço de oito posições no ranking, e das atitudes e valores da sociedade e do empresariado, que evoluíram quatro posições em 2012", conclui Arruda.
 

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