sexta-feira, 1 de junho de 2012

Resultado do PIB confirma crescimento gradual da economia, diz BC


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Diante de uma freada do investimento e da desaceleração da indústria, o PIB fechou o primeiro trimestre do ano com alta de 0,2% ante os três últimos meses de 2011, segundo divulgou hoje o IBGE.
“A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda”, afirmou Tombini.
O PIB, que reflete a soma das riquezas produzidas por um país, é composto pelos dados da indústria, agropecuária e setor de serviços. Também é analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.
Segundo Tombini, mesmo diante da crise internacional que atinge, sobretudo, países europeus, o mercado interno constitui um diferencial da economia brasileira e prevê um ritmo de crescimento mais acelerado nos próximos trimestres.
“Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste ano.”
Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que a atividade econômica no primeiro trimestre do ano repetiu o desempenho do último trimestre do ano passado.
“Não houve nem desaceleração nem aceleração em relação ao último trimestre do ano passado”, disse. O ministro voltou a falar em um objetivo entre 4% e 4,5% para o crescimento da economia brasileira neste ano.
PRODUÇÃO
De acordo com o IBGE, a indústria cresceu 1,7% em relação ao último trimestre de 2011, mas teve alta de apenas 0,1% na comparação com mesmo trimestre do ano anterior.
O setor sofreu com a maior competição externa (que não refluiu ainda a alta recente do dólar), a perda de ritmo do consumo interno diante dos maiores níveis de endividamento e inadimplência e estoques elevados.
Segundo a gerente das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento das atividades de distribuição de água, energia e gás (3,6%) e construção civil (3,3%) evitaram uma queda do PIB industrial.
Já os serviços, sob impacto do bom desempenho do mercado de trabalho (renda em alta e baixa taxa de desemprego), tiveram alta de 0,6% frente ao último trimestre de 2011 e de 1,6% na comparação anual.
O destaque negativo do lado da produção foi a agropecuária. O PIB do setor encolheu 7,3% em relação ao último trimestre de 2011 e 8,5% na comparação com igual período de 2011.
Palis aponta efeitos climáticos, como estiagem no Sul e no Centro-Oeste, os maiores produtores de grãos, para justificar o baixo desempenho. No primeiro trimestre, explicou, o peso da atividade é maior pois estão concentradas colheitas importantes, como a da soja, cuja produção caiu 11% no período.
CONSUMO
Sob a óptica dos componentes da demanda, o destaque negativo foi o investimento, que caiu 1,8% na comparação com o último trimestre de 2011 e 2,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2011.
O resultado, influenciado pelo ambiente de crise e perspectivas mais negativas para o futuro, mostra que as empresas pisaram no freio em seus planos de investimento. Este foi o pior desempenho no PIB desde o primeiro trimestre de 2009, quando o país sofria com a crise global.
Apesar de um maior endividamento e da alta da inadimplência, o consumo das famílias manteve o mesmo ritmo de expansão do último trimestre de 2011 (1%). Foi sustentado pelo emprego e pela renda em alta, que impulsiona a aquisição de serviços e bens de menor valor.
O consumo das famílias cresce há 34 trimestres consecutivos na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O consumo do governo, por sua vez, avançou 1,5% entre janeiro a março frente ao período de outubro a dezembro. Na comparação anual, a alta foi de 3,4%.
As exportações, em volume, avançaram 0,2% frente aos três últimos meses de 2011 e cresceram 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já as importações (que contribuem negativamente para o PIB por consistirem em bens feitos fora do país) tiveram expansão de 1,1% na comparação trimestre ante trimestre e 6,3% quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado.

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